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26 de novembro de 2010

Qual é a verdadeira situação no Rio de Janeiro?


Guerra. Ao meu ver não há outro significado para violência empregada pelos criminosos na cidade do Rio de Janeiro. Táticas de guerrilha (aprendidas nada mais, nada menos com os hermanos colombianos e até mesmo com rebeldes africanos) são empregadas com limitado sucesso, causando temor na já receosa população. A grande surpresa, desta vez, foi felizmente o retorno (ou o ingresso) dos governantes e suas respectivas corporações. Parece que os militares assistiram ou tiveram ensinamentos com o herói brasileiro Capitão Nascimento. Mas o mais positivo dos acontecimentos foi a mudança de visão da real situação carioca. O entendimento, pelo que se demonstram nas ações militares, é de uma guerra e não de um simples policiamento ostensivo. Que não há criminosos e sim inimigos.

Essa simples diferença de sentido mudou a percepção de marasmo e falta de poder da polícia carioca. Porém, a atual situação da polícia do Rio é o reflexo do abandono do Estado como um todo, decorrente de décadas sem investimentos. Até porque, quem nos últimos 20 anos procurou "organizar" e se "aprimorar" decorrente de grandes investimentos financeiros? A força criminosa. É lógico. Para poder desenvolver o tráfico se precisa de segurança, para isso a atenção do lado do crime.

Aí entra uma questão importante sobre as Forças Armadas Brasileiras. Qual o seu papel diante deste cenário? Por muito tempo, e ainda muito debatido, se diziam que as Forças Brasileiras não estariam preparadas para uma guerra urbana. Não seriam essas funções a serem exercidas por elas. Porém, há controvérsias:

1. O atual cenário de guerra é um pouco diferente de 60, 70 anos atrás onde as tropas avançavam em um determinado campo e derrotavam o inimigo, sabendo quem eram e aonde possivelmente estariam. Os tempos mudaram, temos como grande exemplo o sacrifício americano em combater o terrorismo no Iraque. Há uma guerra urbana por lá. O inimigo se infiltra como se fosse um mero cidadão. Atentados com carros-bomba tem o cunho de intimidar a população e as Forças Americanas.

2. O emprego em situações de estabelecimento da ordem. Ora, no caso previsto em nossa Constituição, as Forças Brasileiras seriam deslocadas para a manutenção da ordem e provavelmente teriam que atuar em território urbano.

3. O emprego de manutenção da ordem em outros países. Como exemplo, temos o importante trabalho do Exército Brasileiro, pela ONU, atuando de forma brilhante no Haiti e lá realizando todas as atividades de controle em um ambiente totalmente urbano.

Aí recordamos o ditado popular: em casa de ferreiro o espeto é de pau.

A situação está mudando. Tendo em vista a realidade caótica que vivem os cidadãos cariocas a Marinha Brasileira, em parceiria com Governo Estadual, cedeu alguns de seus carros de combate para atuarem no RJ ontem. O resultado foi amplamente positivo.

Hoje, o Exército Brasileiro confirmou o envio de 800 militares, 2 helicópteros e 10 carros de combate para auxílio das forças policiais.

Acredito que esta é uma grande oportunidade para amenizar a situação e demonstrar o poder do Estado (União e Estado - Forças Armadas e Polícias Militares) coeso com os reais problemas de segurança pública e sociais. E o principal, dar voz e tranqüilidade para uma sociedade que há décadas silencia e observa de maneira perplexa um conflito sem precedentes.

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